Gostaria que vissem, se quiserem comentem.
PS: Só aceito crítica construtiva, hehe
A menina e sua boneca
Lá vai a menina por entre as vielas
Com sua boneca e seu rosto sujo
Com meia de seda e saia Pink
Toda preparada para festa
Lá vai a menina com fita na testa
E sua boneca sem graça
Que a mãe havia lhe dado
Cumprindo uma promessa
Boneca sem graça, diz ela
Não quero boneca
Quero jogar bola, subir em árvore
Cuspir longe, correr na minha favela
-Mas que raios de boneca?
-Por que preciso dessa merda?
E a menina foi crescendo
E o significado da boneca
Ganhava novo sentido para ela:
Começou a ser treinada logo cedo
Para o inexorável destino que a aguardava
Da mesma forma, o batom, os brincos
As correntes e pulseiras
As calças justas e a barriga de fora
Se lhe configuravam como um modo de ser imposto, exógeno.
Lá vai a menina, com a cabeça erguida e uma esperança
Que ninguém mais assole nem à ela e nem às suas conhecidas
E que a noite não seja feita apenas para os homens
Mas que a mulher, os trabalhadores, o gay, o nordestino sejam livres
Para poderem pisar em uma terra nova e estremecida.
Luciana Ribeiro
Oi Lú, acredito que você deve continuar escrevendo, porque é muito inteligente e talentosa. Espero um dia ver suas produções sendo reconhecidas por sua contribuição ao Serviço Social e a luta de classes. Beijos querida!
ResponderExcluirGleice Neves