quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dicas de filmes

Olá pessoas!
Saindo um pouco do tema da política, mas ainda falando sobre ela, venho deixar aqui algumas dicas de filmes com os quais me identifiquei.

Começo com as animações:

                                    
                               
Mary e Max: Uma amizade diferente (2009)
 Uma animação belíssima com um estilo bastante diferente do que estamos acostumados a ver. Não é uma animação infantil, pelo contrário. É uma animação bastante densa e dramática, que conta a história de uma menina australiana que se torna amiga por correspondência de um homem americano de 40 anos, portador da Síndrome de Asperger.
Esta película encantadora mostra como é barbára a troca de experiência entre pessoas opostas e incluso nisto está o processo de aprendizagem e compreensão multua.
Difiícil assistir, sem se emocionar.

Realização: Mark Gooder, Paul Hardart, Tom Hardart, Bryce Menzies, Jonathan Page
Duração: 92 min.
País: Austrália



Persepolis (2007)
Um filme ambientado no fim dos anos 70, no Teerã, capital do Irã. Conta a história das várias etapas da vida de Marjane, uma mulher iraniana que vive todo o processo da revolução que culminou na derrocada do Xá, a guerra do Iraque imposta a seu país, a repressão fundamentalista imposta às mulheres, o encontro com o punk e com a cultura ocidental, a fuga para a Europa e o reencontro com o país de origem, totalmente devastado pela guerra. Um filme de caráter existencialista, que coloca em cheque a crença em Deus e ao mesmo tempo, questiona o niilismo. Um filme leve, mais que ao mesmo tempo te faz pensar na condição dos seres humanos em um país onde a guerra e a repressão perduram.

Realização : Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Duração: 96 min
Idioma : Francês


Terra Fria (2005)
Um filme baseado em fatos reais, ambientado nos Estados Unidos, no final da década de 80, que conta a história de Josey Ames, trabalhadora do ramo de mineração. Apesar de ser discriminada no ambiente de trabalho pelo fato de ser mulher, ela passa a lutar nas assembleias de seu sindicato, totalmente machista, por melhores condições de trabalho para as mulheres na mina. Mostra exatamente a condição da mulher no sistema capitalista e patriarcal, a competição entre homens e mulheres no mercado de trabalho, o estupro, a maternidade, a discriminação contra as mulheres trabalhadoras.
No cartaz do filme, está a sintese de toda a história: "Tudo o que ela queria era fazer a vida. Acabou fazendo história".
Filme imperdível para quem quer refletir e discutir sobre relações de gênero e identidade de classe no capitalismo.

Direção: Niki Caro
Atores: Charlize Theron, Elle Peterson, Thomas Curtis, Frances McDormand.
Duração: 126 min.


 MIlk: A voz da igualdade (2008)
Um filme maravilhoso que se passa na década de 70, em São Francisco, sobre a vanguarda do movimento gay nos EUA. Conta a história de Harvey Milk - brilhantemente interpretado por Sean Penn - grande militante da causa gay, que viria a se tornar político americano, posteriormente.
 Mostra a correlação de forças na política que sempre nos subtraem condições de levarmos adiante a defesa de direitos civis elementares. Por isso, "Milk" mostra exatamente como funciona o jogo sujo da religião na política institucional para que os LGBTs tenham suas causas ridicularizadas ou invisibilizadas.
Vou párar por aqui, pois se não vou acabar contando o final hehe.


Direção: Gus Van Sant
Atores: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna.
Duração: 128 min

Uma outra história americana (1998)
Filme denso que conta a história de Derek, jovem neonazista que vai párar na cadeia por assassinato motivado por razões étnicas, e lá descobre que todas as suas convicções em relação às minorias sociais estavam equivocadas. O filme é interessante porque mostra o processo de construção de uma pessoa fascista e esta construção está fatídicamente ligada à barbárie inerente às contradições entre capital e trabalho. Paralelamente a isso, o filme mostra a história do irmão mais novo de Derek, interpretado por Edward Furlong, que está prestes a assumir a liderança de um grupo nazi em sua cidade... toda esta história de intolerância e ódio culmina num final surpreendente, que dialeticamente nos remeterá ao início do filme... a todo o processo de construção do sujeito concreto. O filme é um pouco violento, tire as crianças da sala.

Direção: Tony Kaye
Atores: Edward Norton, Edward Furlong, Beverly D'Angelo, Jennifer Lien.
Duração: 119 min


Terra e Liberdade (1986)
Conta a história de David Carr, jovem comunista inglês que deixa Liverpool, em meados dos anos 30, para lutar na guerra civil espanhola junto ao grupo armado de esquerda, P.O.U.M. (Partido Operário de Unificação Marxista), contra o fascismo de Franco.
O filme é excelente, colocando em questão a divisão das esquerdas como fator preponderante para a ascensão da barbárie.
Super cult... assista!

Direção: Ken Loach
Elenco: Ian Hart, Rosana Pastor, Icíar Bollaín, Tom Gilroy e Marc Martinez
Duração:109 minutos

Somos todos Amanda Gurgel



Apoiado, professora!!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bolsanaro, Delfim Neto, Paulinho da Força e morte do Bin... não necessariamente nesta mesma ordem

Olá, queridos companheiros!
Há muito tempo não escrevo. Não por falta de assunto e nem por falta de tempo, mas por falta de vergonha na cara mesmo.
Agora resolvi romper com o silêncio e falar o que está engasgado na minha garganta.

Dilma, Paulinho e Lula: "Nunca fomos tão amiguinhos"

Vamos começar com  as várias declarações polêmicas que escutamos todos os dias.
Primeiro, Paulinho da Força, deputado federal pelo PDT, que afirmou categoricamente que os operários de Jirau estavam putos da vida e em greve pela falta de mulher no canteiro de obras e, por isso, deveria haver um bordel no local para que as greves enfim cessassem. Ora, um ex-sindicalista deveria ao menos ter um pouco mais de cuidado em sua análise de conjuntura e deveria saber no mínimo quais as condições que os trabalhadores - não só os de Jirau, mas os trabalhadores envolvidos nas obras do PAC em geral - enfrentam para ganhar o seu pão diário. São alojamentos mal estruturados e em condições precárias de habitabilidade, uma clara desigualdade referente aos direitos trabalhistas entre os trabalhadores efetivos e os terceirizados, salário de fome, enfim.
Este é o reinado de Dilma e Lula. Este é o reinado brasileiro para a Copa e as Olimpíadas que virão. Dane-se o trabalhador. O que importa é que a Usina de Jirau fique pronta, o que importa é que o estádio de Fortaleza se modernize. O que importa é que os gringos vejam um Brasil em condições de receber eventos de tamanha importância.
O ser humano obviamente passa despercebido nesta história toda. Muitos são os impactos ambientais e sociais ocasionados pelas obras do PAC para os próximos anos. Parece que vejo a mesma novela da década de 70 se repetir, com a única diferença de que hoje vivemos uma ditadura disfarçada em pele de democracia burguesa.
Mas, voltemos às declarações polêmicas do ex-sindicalista e, vamos refletir em outro ponto: além de desmerecer as necessidades dos trabalhadores do PAC em greve, que estão lutando por melhores condições de vida e de trabalho, o deputado coloca a mulher no papel de apaziguadora da luta de classes, por meio de um sexo bom de fornicar!!! Mais uma vez, a mulher é colocada como objeto, que deve satisfazer os desejos masculinos, sem se importar com sua própria vontade. E esta é a história do Brasil e do povo brasileiro. Um país hipócrita e moralista, mas ao mesmo tempo um país que coloca as nossas mulheres como uma coisa, para o deleite masculino.
Bem, vocês já sabem a minha posição sobre isso: Deputado, mulher não é auxílio trabalhista. Nós, mulheres, sejamos prostitutas ou não, nos sentimos ultrajadas com tal declaração.
Delfim Neto
Ademais, vamos a uma outra polêmica, mas agora se trata de uma declaração do economista e ex-ministro da Fazenda, o Sr. Delfim Neto. Este, na edição do programa Canal Livre, apresentado no dia 04/04/2011, tentando explicar a ascenção social de parcelas da população, afirmou que hoje em dia é difícil haver empregada doméstica e que, quem quisesse procurar tal "animal" teria dificuldades em achar! Sim, ele comparou as empregadas com animais e foi exatamente esta palavras que ele utilizou.
Logicamente, mais uma vez, precisamos refletir sobre isso: quem são as empregadas domésticas no nosso país? São as negras e nordestinas em São Paulo, para sermos mais precisos vamos colocar em pauta a nossa realidade, vamos falar de São Paulo. Estas empregadas na maioria das vezes não têm vínculo empregatício formal e por isso, sofrem com as relações precárias de trabalho, além da falta de direitos trabalhistas que são excepcionais para elas, como o auxílio-doença nos casos de acidente de trabalho, que é a causa principal de desemprego entre as diaristas e domésticas. Além disso, a empregada doméstica é tratada como um burro de carga, ou melhor, como escrava, mesmo.
Páre para ler, qualquer dia desses, um desses folhetos de empreendimentos imobiliários que te entregam no farol. Páre pra ver se o apartamento tem quarto de empregada... tem? Se tiver, procure na planta e veja se neste quarto tem janela... não tem, né!? Pois é, né. Empregada doméstica não respira e o único direito dela é obedecer o patrão.
Mas em relação à isso, o movimento das empregadas domésticas já está atento e inclusive, o Sr. Delfim Neto recebeu uma notificação extra-judicial movida pela ONG Doméstica Legal, que organiza as domésticas em torno de suas lutas comuns.¹

Bolsanaro em sua época de Gestapo

Agora, vamos para um assunto que já deu no saco, né! O Bolsanaro... bem, sobre ele eu nem tenho muito o que dizer. Afinal de contas, creio que nós companheiros e companheiras de luta temos o mesmo pensamento em relação a este verme.
Uma pessoa racista, machista, homofóbica, que se diz se "lixar" para o movimento gay - que afinal de contas, é um movimento social, poxa - e que afirma que apoia uma ditadura militar no Brasil só merece as nossas vaias e nosso rancor, mas nunca o nosso desprezo. São pessoas como estas que se elegem para fazer do Brasil um país cada vez pior, cade vez mais reacionário.
São pessoas como estas que temos que combater nas ruas, em nossas conversas diárias, mas principalmente em período eleitoral. O duro é que boa parte dos brasileiros continua muito conservadora. Segundo o sociólogo da PUC-Minas, Rudá Ricci, está nascendo no Brasil um movimento ultra-reacionário composto pelos novos atores sociais que sairam da pobreza e alcançaram o patamar de classe média². Dentro disso, a religião de matiz cristã está em sintonia com a política. Estas são pessoas que conseguiram uma ascenção social, mas ao mesmo tempo são totalmente contra aos direitos das mulheres e dos homossexuais, porque consideram o direito ao aborto um crime e o casamento gay, um pecado, por exemplo.
Enfim, a mudança cultural é um processo longo e doloroso... precisamos mudar as nossas condições objetivas para que as características subjetivas da população brasileira sejam alteradas. E eu não vejo outro caminho para isso. A não ser nas ruas, assinando abaixo-assinados, fazendo twitaço contra esse cretino. Sei lá! Mas, se alguém souber de um desses movimentos contra este cara, por favor me avise.
P.S.: Acreditem ou não, Jair Bolsanaro é um dos integrantes suplentes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara dos Deputados.

Luto ou não: Morte de Osama

Dizem por ai que o Sir. Osama Bin Laden morreu.
Bem, se isso for verdade, digo que é uma perda humana inestimável. Inestimável, porque ele assim como nós era um sujeito concreto, produto e produtor deireto do meio em que vive, sempre alterando e sendo alterado pela realidade.
Ao contrário da alta burguesia ianque e dos ianques menores, alienados, que batem palmas em pé para Obama e Michelle, devo dizer que o Bin foi o único que teve coragem de enfrentar o imperialismo norte-americano de uma forma objetiva. Claro, que essa relação foi muito contraditória: ao mesmo tempo, em que ele enfrentou o imperialismo, ele também aliciou centenas de jovens com um discurso profético de muitas virgens no paraíso para quem sacrificasse sua vida. Ou seja, ele não é herói não!
Mas, podem dizer que sou politicamente incorreta, como podem dizer, também, que eu sou extremista. Mas a verdade é que o Sir Bin Laden bombardeou as torres gêmeas e o Pentágono em um dia, mas e o Estados Unidos, quanto tempo havia que estava em guerra com o Afeganistão?
Pensam que é fácil viver em um país sitiado militarmente pelo imperialismo? Pensam que é fácil ser estuprada por um soldado ianque? Pensam que é fácil ter seu filho morto por um bombardeio? Bem, eu acho que não.
Para toda ação há uma reação e esta foi a reação escolhida por ele.
É claro que sinto muito pelas vidas perdidas no onze de setembro de 2001. Da mesma forma como sinto muito pela guerra aberta ao Iraque, após este ocorrido.
Me lembro dos primeiros bombardeios. Estavam passando o jogo do São Paulo, era uma quarta-feira. Cortaram o jogo para passar as imagens do bombardeio numa área civil... muitas crianças inocentes morreram.
Mas, vamos párar de lamentar e vamos partir pra realidade: Será que Osama, realmente morreu???
Depois desta imagem³, eu acho que não. Aliás, é uma montagem bem mal feita.

Nem no Photoshop conseguem matar o Bin Laden!