terça-feira, 8 de março de 2011

Dia 08 de março: o que comemorar?????

"Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amig@s, não é verdade?"

Rosa Luxemburgo



As mulheres egípcias fizeram sua revolução e continuarão fazendo contra a opressão.


Olá, a tod@s.
Há algum tempo não escrevo, mas não podia deixar passar o 08 de Março "em branco".
Muito se discute sobre a origem do Dia Internacional da Mulher. Verdade é que o fato que marcou esta data para todo o sempre foi o fátidico dia em que centenas de mulheres morreram queimadas em uma fábrica textil de Nova York, no ano de 1857, após uma longa jornada de lutas por melhores condições de trabalho, aumento salarial e diminuição da carga horária de trabalho.
O dia internacional da mulher é um patrimônio das socialistas, uma vez que a grande Clara Zetkin proclamou esta data como um dia que homenageasse a todas as mulheres TRABALHADORAS.
Mas após 100 anos do estabelecimento desta data, o que mudou na condição de ser mulher? O que mudou na condição de ser mulher TRABALHADORA?
Pouca coisa evoluíu: a nossa sexualidade não evoluíu um centímetro. Ainda somos consideradas putas quando lidamos com a nossa sexualidade de forma livre. Se optamos por sermos quem realmente somos, lésbicas, somos taxadas de doentes e endemoniadas.
Se optamos por ter vários filhos, somos consideradas como "mulheres que não sabem fechar as pernas". Se somos mulheres que optamos pela interrupção de uma gestação, adquirindo diversos problemas no orgão reprodutor ou até morrendo após um procedimento de risco, por não termos dinheiro para fazermos um aborto seguro, somos consideradas irresponsáveis e criminosas.
Se escolhemos casar, mas não ter filhos, somos taxadas de mal amadas e logo alguém irá nos repreender: "um casal precisa de um filho pra ter graça" ou "uma mulher sem um filho não é nada, porque ela já nasce com instinto materno" (mentiraaaaaa!!!!).
Fato é que passamos por tudo isto, é verdade. E o primeiro passo para mudarmos a situação é reconhecermos que tudo anda péssimo para as mulheres.
Sim, as mulheres não podem!!!!! Nem toda mulher pode ser eleita presidente da República e nem toda mulher pode ser elevada a um cargo de chefia nas empresas. Algumas mulheres até podem trabalhar no ramo da construção civil ou da engenharia mecânica, porém sempre pairará sobre elas o espectro do machismo.
Sim... as mulheres que estão no poder, podem e vão nos oprimir!!!
O que esperar de uma presidente mulher que nos oferece um aumento salarial irrisório. Pobre de nós, mulheres TRABALHADORAS. Continuamos, depois de quase duzentos anos de esta frase ser proferida pela grande Flora Tristán, sendo as proletárias dos proletários. Trabalhamos fora, trabalhamos em casa, cuidamos de tudo e nos preocupamos com todos, para, ao final do dia, estarmos preparadas para irmos pra cama, mas não para dormir... que fique bem entendido.
A ideologia machista amparada pelo patriarcado e pelo famigerado sistema capitalista persistem em nos atacar.
Mas, tenho consciência de que nem tudo está perdido.
Basta olhamos para trás e descobrirmos que a luta daquelas mulheres, da fogueira aos dias atuais, não aconteceu em vão. Hoje sabemos o que deu certo e o que deu errado e precisamos persistir na luta contra a opressão de gênero.
Mas, mais do que isso, tenho certeza de que a feminista não é apenas aquela que luta por si, pelas mulheres, mas é aquela que luta contra a opressão diária sofrida pelas minorias. Em síntese, há de se lutar contra o capitalismo, contra o patriarcado e todas as formas de opressão e exploração para que alcancemos a emancipação humana, que se dá apenas com nossa práxis revolucionária.
Ser militante de alguma coisa apenas no discurso é fácil. O difícil é termos uma prática equivalente ao nossa discurso.
Para arrematar, deixo uma mensagem de esperança para todas as mulheres, que são realmente TRABALHADORAS e que sofrem com a exploração e opressão em que vivemos: Sim, nós podemos!!! Nós podemos lutar... e ter a certeza de que a nossa emancipação não virá pelo método institucional de se fazer política. Devemos nos colocar de forma autonoma da burguesia e do governo (viu, MMM!) para ARRANCARMOS o que nos é de direito. Sigamos o exemplo destas mulheres egípcias!!!!







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